Importância da qualificação na transição para a economia verde foi destacada durante Fórum

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Educação profissional tecnológica é um vetor para a transição energética justa e para a inclusão de diversos extratos da sociedade, segundo especialistas

A formação e capacitação profissional são peças-chave para o avanço da economia verde no Brasil e no mundo. Essa foi a mensagem principal de Marcelo Ramos, assessor técnico de energia do projeto "Profissionais do Futuro", durante sua participação durante o 4º Fórum Internacional de Hidrogênio, que aconteceu na Bahia e é voltado no desenvolvimento de competências em hidrogênio verde e energias renováveis.

Na ocasião, Marcelo apresentou a GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit), empresa do governo alemão com mais de 50 anos de atuação em projetos de cooperação técnica e desenvolvimento sustentável. No Brasil, a empresa lidera cerca de 60 projetos, incluindo "Profissionais do Futuro" e "H2 Brasil", ambos financiados pelo Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).

A atuação da GIZ no Brasil, segundo o especialista, abrange temas como energias renováveis, eficiência energética, proteção ambiental, direitos humanos e combate à corrupção, com a missão de promover uma transição energética justa. Além disso, o projeto é focado em melhorar as perspectivas de emprego e atender à escassez de mão de obra qualificada em setores verdes. Marcelo ressalta que o "Profissionais do Futuro" já capacitou quase 19 mil brasileiros desde 2021. Entre os destaques, estão:

-> Desenvolvimento de Currículos: Foram elaborados 54 currículos em áreas como energias renováveis, bioeconomia e economia circular.
-> Capacitação de Docentes: 746 professores foram treinados, incluindo 16% de mulheres, promovendo a diversidade em áreas predominantemente masculinas, como energia.
-> Oferta Educacional: Instituições como a Rede Federal de Educação e o SENAI ofertaram cursos que resultaram em altos índices de empregabilidade: 71,6% dos formados estão empregados, sendo 51% em suas áreas de especialização.
-> Participação Feminina: A criação de iniciativas como a revista "Interligadas" incentivou a presença feminina tanto na educação quanto no mercado de energias renováveis.
-> Hidrogênio verde e a cooperação estratégica com a Alemanha

Durante sua participação, Marcelo explicou ainda que a Alemanha possui metas climáticas ambiciosas, como a neutralidade de gases de efeito estufa até 2045, e busca diversificar suas fontes de energia com o hidrogênio verde. O Brasil desponta como parceiro estratégico devido às suas condições favoráveis: abundância de recursos naturais, infraestrutura consolidada e um setor privado alinhado às tecnologias verdes.

Nesse contexto, o projeto "H2 Brasil" tem se destacado ao equipar seis centros de hidrogênio verde no Brasil, em parceria com o SENAI, incluindo um hub na Bahia; Desenvolver currículos e capacitar profissionais, com mais de 1.600 multiplicadores treinados; criar plantas-piloto em instituições como UFSC, UFG e SENAI RN, que atuam como laboratórios de inovação.

Para Marcelo, o desenvolvimento da cadeia do hidrogênio verde será fundamental na cooperação Brasil-Alemanha. Áreas como siderurgia e combustíveis sustentáveis para aviação (SAF), por exemplo, surgem como promissoras, reforçando a necessidade de integração entre governos, setor privado e academia.

“A educação profissional tecnológica é um vetor para a transição energética justa e para a inclusão de diversos extratos da sociedade neste mercado de trabalho, que apresenta grande potencial de crescimento e desenvolvimento,” concluiu Marcelo Ramos, destacando a relevância da capacitação como ferramenta de transformação socioeconômica.

A palestra completa do especialista pode ser acessada pelo link:https://www.youtube.com/watch?v=c2WJvvAN2O0.

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