Evolução das tecnologias de baterias no Mercado Fotovoltaico: especialista traz perspectivas e desafios do setor no Brasil

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Especialista da Fundação CPqD discute tendências e desafios para o futuro das baterias no setor de energias renováveis durante palestra no Fórum GD Região Centro-Oeste

Durante o Fórum GD Região Centro-Oeste, realizado pelo Grupo FRG Mídias & Eventos, Raul Beck, especialista da Fundação CPqD, abordou a evolução das tecnologias de baterias, destacando seu impacto no mercado fotovoltaico e em outras aplicações de energias renováveis.

Beck iniciou sua apresentação contextualizando a Fundação CPqD, que desde a privatização da Telebras em 1998, se tornou uma entidade privada sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento de tecnologias para diversos segmentos do mercado brasileiro. "Nossa equipe trabalha especificamente na área de sistemas de energia", explicou.

Crescimento do Mercado de Armazenamento de Energia

O especialista destacou a expansão significativa do mercado de armazenamento de energia, tanto no Brasil quanto no mundo. Segundo Beck, "as projeções indicam que o volume de armazenamento, que era de cerca de 60 bilhões de dólares em 2019, deve atingir aproximadamente 550 bilhões de dólares em 2035, puxado principalmente pela mobilidade elétrica."

A mobilidade elétrica é apontada como o principal impulsionador do desenvolvimento de novas tecnologias de armazenamento de baterias, com uma previsão de crescimento de 19% ao ano. Em paralelo, o armazenamento estacionário também apresenta um crescimento robusto, estimado em 17% ao ano. Beck observou que "projeções para 2040 indicam quase 1.200 GWh de capacidade de armazenamento."

Além da mobilidade elétrica, o especialista destacou a relevância do crescimento do mercado fotovoltaico. "O crescimento anual no setor de armazenamento tem se mantido na faixa de 100%, especialmente no segmento de utilities," afirmou Beck. Ele mencionou que a parte residencial também está se destacando, com países como Alemanha e Itália liderando a adoção de sistemas fotovoltaicos domésticos integrados com baterias.

Desafios e Projeções

No entanto, o caminho não é sem desafios. Beck abordou a recente volatilidade nos preços das matérias-primas das baterias, especialmente o lítio, que impactou os custos de produção. "Em 2021 e 2022, houve um aumento significativo nos custos das matérias-primas, mas em 2023, os preços começaram a se estabilizar novamente," explicou.

Outro ponto crítico mencionado foi a alta carga tributária sobre as baterias no Brasil. "Temos uma carga tributária de 74% sobre as baterias no país, o que praticamente dobra o preço comparado ao mercado mundial," destacou Beck. Ele afirmou que esforços estão sendo feitos para tentar reduzir esse impacto através de mudanças na cadeia política.

Beck também expressou uma certa discordância com os números apresentados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Ele considera que os valores projetados pela EPE são extremamente conservadores, especialmente em relação ao custo de integração das baterias nos sistemas fotovoltaicos. "Não vejo justificativa para os custos elevados de integração projetados pela EPE," afirmou Beck.

Ainda assim, ele concorda com a projeção de uma redução de 30% nos preços das baterias na próxima década, alinhada com as tendências globais. "Hoje, uma bateria de 5 kWh está na faixa de 10-12 mil reais no mercado," concluiu Beck.

A palestra completa do especialista pode ser acessada através do link:https://www.youtube.com/watch?v=I3Jarq0LZ1w

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