Especialista em geração distribuída trouxe informações importantes sobre sistemas de armazenamento de energia durante o Fórum GD

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Importância crescente da tecnologia em diversas aplicações foi um dos destaques

Os sistemas de armazenamento de energia estão crescendo no Brasil e o assunto foi um dos debatidos durante o Fórum Regional de Geração Distribuída (Fórum GD). Sydney Ipiranga, diretor técnico da ABGD e CEO da Solar Plus Brasil, trouxe uma visão detalhada sobre os sistemas de armazenamento de energia. Em sua análise, ele diferencia as aplicações de armazenamento em dois grupos: na frente do medidor e atrás do medidor, e explica como essas tecnologias estão moldando o setor energético.

Segundo Ipiranga, os sistemas de armazenamento de energia são divididos em aplicações na frente e atrás do medidor. As aplicações na frente do medidor incluem redes de distribuição, subestações, redes de transmissão e usinas de geração. Esses sistemas fornecem serviços ancilares, essenciais para a operação eficiente das redes de energia.

Já as aplicações atrás do medidor, normalmente associadas à carga, abrangem setores como indústria, residência, comércio e eletromobilidade. Este último, conforme destacou Ipiranga, é atualmente o maior demandante de sistemas de armazenamento, com 95% das baterias produzidas globalmente destinadas a veículos elétricos.

Para aplicações na frente do medidor, são utilizados os BESS (Battery Energy Storage System), sistemas de grande porte que atendem a redes de distribuição, transmissão e usinas de geração. Esses sistemas operam com alta voltagem, entre 800 e 1500V, e são compostos por células de bateria conectadas em série.

A eficiência desses sistemas depende de um gerenciamento rigoroso, realizado pelo BMS (Battery Management System), que monitora a temperatura, tensão, estado de carga e saúde das baterias. Ipiranga enfatizou a importância do sistema HVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado) para manter a temperatura ideal de operação, garantindo o desempenho e a longevidade das baterias.

A queda nos preços dos insumos das baterias, como o carbonato de lítio, tem tornado os sistemas de armazenamento mais viáveis economicamente. Ipiranga mencionou que o custo do kWh das baterias já caiu abaixo de US$ 1, meta inicialmente prevista para 2026. Essa redução de custo permite que o retorno sobre o investimento em sistemas híbridos com baterias seja alcançado em cerca de cinco anos, comparado aos sete ou oito anos anteriormente.

O especialista destacou ainda que a regulamentação brasileira para sistemas de armazenamento está avançada, com certificações do INMETRO desde 2022 para baterias de lítio e inversores. A Lei 14.300 e a Resolução 1.059 regulamentam o acesso e homologação desses sistemas pelas concessionárias, eliminando barreiras regulatórias para a implementação de projetos de armazenamento.

Entre as aplicações viáveis dos sistemas de armazenamento, Ipiranga citou o "peak shaving" (redução do pico de demanda), backup de cargas críticas, substituição de geradores a diesel e regulação de frequência. Ele ressaltou que, apesar de as baterias serem inicialmente mais caras que os geradores a diesel, os custos operacionais e de manutenção tornam as baterias mais vantajosas a longo prazo.

Ipiranga concluiu destacando a importância da formação profissional no setor, mencionando o portal de treinamentos da Energia Plus Brasil, que oferece cursos abrangentes sobre geração distribuída e sistemas de armazenamento de energia. Para acessar a palestra completa, basta acessar o canal oficial do YouTube do Grupo FRG Mídias & Eventos pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=NpN7ROeGuJA.

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